quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Zenaldo deve R$ 2 milhões e médicos ameaçam parar



Os hospitais públicos de Belém podem ficar sem médicos anestesiologistas a partir desta sexta-feira (26). O motivo é que estes profissionais ameaçam realizar uma paralisação por tempo indeterminado, caso a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) não quite a dívida de quase 6 meses com a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Pará (Coopanest/PA).
 Com cerca de 220 associados, a cooperativa abrange a quase todos os anestesiologistas que atendem em hospitais como os prontos-socorros municipais e as demais unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de Belém.
A paralisação deve comprometer os atendimentos nessas unidades, já que os procedimentos cirúrgicos, em especial os de média e alta complexidade, só podem ser realizados com a aplicação de anestesia. “Vão ter de suspender as cirurgias e não vão poder encaminhar os pacientes para os hospitais da rede privada, porque nenhum deles tem o perfil de atendimento do Pronto-Socorro Municipal do Guamá e do Umarizal”, informa o diretor do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), João Gouveia.
A dívida da PMB com a Coopanest está acumulada em mais de R$ 2 milhões e, apesar das várias promessas por parte do poder municipal para quitar o débito, até agora nenhum centavo foi repassado à entidade médica.

CALOTES
O calote nos anestesiologistas não é um caso isolado. Segundo Gouveia, há outros calotes em andamento, como, por exemplo, no Hospital Samaritano, onde os médicos de todos os setores estão sem receber desde maio deste ano. Na Unidade de Terapia Intensiva da Fundação Santa Casa de Misericórdia, os pediatras também estão com os vencimentos atrasados, sem contar os abonos salariais de R$ 600 a R$ 1.500 que estão sem reajuste há 12 anos. 
“Todos esses débitos representam um desmonte da saúde pública em Belém que afeta não só o profissional médico, como os pacientes usuários do SUS”, conclui o médico João Gouveia. O DIÁRIO entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Belém (Sesma), mas até o fechamento desta edição não obteve retorno sobre o assunto.

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