quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Dilma: cidadã honorária de Brasília Ex-presidente recebe honraria da Câmara Legislativa, que teve a Mesa Diretora afastada pela Justiça por envolvimento em corrupção.


Quatro meses depois de ser condenada a perder o mandato pelo Senado por crime de responsabilidade na gestão das contas públicas, a ex-presidente da República Dilma Rousseff recebeu uma honraria da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Depois de partir da capital federal com baixíssima popularidade, Dilma agora é cidadã honorária de Brasília.
O concessão do título partiu de iniciativa do deputado distrital Chico Vigilante, petista como ela, e foi aprovada em sessão plenária nesta terça-feira. Ainda não há previsão de quando a entrega ocorrerá. Mineira, Dilma já recebeu títulos semelhantes na Bahia, em São Paulo, Pará e Porto Alegre.
A homenagem à ex-mandatária demorou mais de cinco anos para ser votada. Nos idos de 3 fevereiro de 2011, Chico Vigilante propôs a honraria, lida em plenário, relembrando a biografia de Dilma, à época recém-empossada. O petista dizia que Dilma ganhara “os corações e mentes dos brasileiros”.
Ele faria ainda um prognóstico duvidoso para decretar a necessidade de celebrar a eleição de Dilma: “De todas as qualidades apontadas, serão a solidariedade, a sensibilidade, a capacidade de perdoar e o senso de justiça, definidoras reais de sua personalidade, que farão de Dilma Rousseff uma grande presidente e é essa a aposta que fazemos. Por si só, seu passado já a qualificaria para receber a honraria que ora propomos, entretanto, nosso foco está no porvir”.
Nos últimos anos, os deputados propuseram na Câmara Legislativa mais de 400 títulos de cidadão brasiliense a mulheres, e mais de 600 a homens. Entre os agraciados, há personalidades como o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que nunca veio receber a honraria, homenagens a pessoas mortas como Madre Teresa de Calcutá, o ex-presidente Jango e a cantora Cássia Eller, ministros do Supremo, diplomatas, religiosos (Bispo Macedo), desportistas (Pelée Nelson Piquet) e artistas (Bono Vox, vocalista do U2), além de políticos de renome internacional (Mahmoud Abbas, ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina. e Shimon Peres, ex-premiê de Israel) e outros controversos como Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e investigado na Lava-Jato, e o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), alvo de inquérito no Supremo.
Por ordem da Justiça em agosto, a presidente Celina Leão (PPS) e integrantes da Mesa Diretora da Câmara Legislativa foram afastados dos cargos. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção com prestadoras de serviço da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, com cobrança de propina. A Operação Drácon da Polícia Civil e do Ministério Público teve buscas e apreensões nos gabinetes do Legislativo. Celina e os demais parlamentares foram denunciados pela deputada Liliane Roriz (PTB).

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